sábado, 28 de setembro de 2013



A minha saúde






Desde criança, sempre fui muito sensível.  Isto, por evidente, fragilizou um pouco a minha saúde.

Aos doze anos de idade, tive uma febre terçã que fez com que caísse todo os meus fartos cabelos dourados como a gema do ovo.  Depois dela, nasceram mais ralos e castanhos.

Também, as síncopes me eram constantes.

Minha mãe tratava-me com os recursos botânicos de que dispunha.

Não se tinha médicos na região.

Tão logo completei os meus quatorze anos de idade, passei a fumar cigarros.

Primeiro, os de palha, enquanto morava na fazenda.

Depois, os de filtro.  Mudei-me para São Paulo/SP e conheci a novidade, aos dezoito anos.

Mas, após o nascimento de Hierania, abandonei o seu uso definitivamente, porque senti que estava prejudicando a minha saúde.

Com o passar do tempo, adquiri hipertensão arterial.  Atravessei a vida sofrendo deste mal.

Em 1995, um médico reumatologista diagnosticou que tinha artrite e artrose nos joelhos.  Passei a fazer o controle, mas depois de algum tempo, não mais me adaptei a medicação prescrita, por ser muito agressiva.

Acredito, que a artrite e a artrose tenham se instalado em razão de ter feito longas caminhadas para defender os meus direitos civis de viúvaa, violados pela corrupção sistêmica dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), vez que, como não tinha dinheiro, nnem mesmo para pegar um ônibus, tinha que percorrer caminhando as longas distâncias entre a minha casa na Rua Arari 80-A, no bairro do Bonfim, ao Palácio da Justiça ou ao Foro Lafayette ou à Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais e regressar à Rua Arari.

Isto se deu por cerca de dois anos consecutivos.

No momento, estou experimentando uma nova medicação para o tratamento da artrose que tenho nos joelhos, nas mãos e na coluna.  Estou aceitando-a muito bem.

No ano passado, tive um Ataque Isquêmico transitório (AIT), ficando internada na unidade vascular do Hospital Vera Cruz.

Assim, tenho, também, feito o controle do hipotireoidismo e do colesterol.

Após iniciar a psicoterapia, a fibromialgia que me fazia sentir dores por todo o corpo, principalmente nas mãos, desapareceu por completo.  Não precisei mais tomar medicamentos.

As crises de enxaqueca constantes que tinha, também não mais as tenho.

É, ainda, significativa a melhora que tive em relação a minha saúde emocional.  Porém, a depressão, a angústia e a ansiedade, ainda, estão presentes, assim como a labirintite.

Tenho, também, osteofitose e, por causa disto, encolhi cerca de sete centímetros.  Atualmente, estou com um metro e sessenta e três centímetros de altura.

Na juventude, tive úlcera gástrica, que me levava a consumir muito leite e qualhada.

No ano passado, cheguei a fazer um exame de endoscopia digestiva.  O médico gastrologista prescreveu-me uma medicação para eliminar a bactéria que causa câncer no estômago.  Tomei-a e sinto-me bem.

Agora, estou me programando para fazer duas cirurgias: uma, para o tratamento das varizes dos membros inferiores e, outra, para a remoção da catarata senil bilateral.

Se Deus quiser, irei ainda viver muitos anos e ter o prazer de abraçar os meus netinhos, que espero que venham logo.

Hierania e Bruna Micheliny, ainda, são solteiras.  Mas tenho muita esperança de ainda receber a graça de Deus de pegar os meus netos nos braços.





A minha saúde






Desde criança, sempre fui muito sensível.  Isto, por evidente, fragilizou um pouco a minha saúde.

Aos doze anos de idade, tive uma febre terçã que fez com que caísse todo os meus fartos cabelos dourados como a gema do ovo.  Depois dela, nasceram mais ralos e castanhos.

Também, as síncopes me eram constantes.

Minha mãe tratava-me com os recursos botânicos de que dispunha.

Não se tinha médicos na região.

Tão logo completei os meus quatorze anos de idade, passei a fumar cigarros.

Primeiro, os de palha, enquanto morava na fazenda.

Depois, os de filtro.  Mudei-me para São Paulo/SP e conheci a novidade, aos dezoito anos.

Mas, após o nascimento de Hierania, abandonei o seu uso definitivamente, porque senti que estava prejudicando a minha saúde.

Com o passar do tempo, adquiri hipertensão arterial.  Atravessei a vida sofrendo deste mal.

Em 1995, um médico reumatologista diagnosticou que tinha artrite e artrose nos joelhos.  Passei a fazer o controle, mas depois de algum tempo, não mais me adaptei a medicação prescrita, por ser muito agressiva.

Acredito, que a artrite e a artrose tenham se instalado em razão de ter feito longas caminhadas para defender os meus direitos civis de viúvaa, violados pela corrupção sistêmica dos desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG), vez que, como não tinha dinheiro, nnem mesmo para pegar um ônibus, tinha que percorrer caminhando as longas distâncias entre a minha casa na Rua Arari 80-A, no bairro do Bonfim, ao Palácio da Justiça ou ao Foro Lafayette ou à Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais e regressar à Rua Arari.

Isto se deu por cerca de dois anos consecutivos.

No momento, estou experimentando uma nova medicação para o tratamento da artrose que tenho nos joelhos, nas mãos e na coluna.  Estou aceitando-a muito bem.

No ano passado, tive um Ataque Isquêmico transitório (AIT), ficando internada na unidade vascular do Hospital Vera Cruz.

Assim, tenho, também, feito o controle do hipotireoidismo e do colesterol.

Após iniciar a psicoterapia, a fibromialgia que me fazia sentir dores por todo o corpo, principalmente nas mãos, desapareceu por completo.  Não precisei mais tomar medicamentos.

As crises de enxaqueca constantes que tinha, também não mais as tenho.

É, ainda, significativa a melhora que tive em relação a minha saúde emocional.  Porém, a depressão, a angústia e a ansiedade, ainda, estão presentes, assim como a labirintite.

Tenho, também, osteofitose e, por causa disto, encolhi cerca de sete centímetros.  Atualmente, estou com um metro e sessenta e três centímetros de altura.

Na juventude, tive úlcera gástrica, que me levava a consumir muito leite e qualhada.

No ano passado, cheguei a fazer um exame de endoscopia digestiva.  O médico gastrologista prescreveu-me uma medicação para eliminar a bactéria que causa câncer no estômago.  Tomei-a e sinto-me bem.

Agora, estou me programando para fazer duas cirurgias: uma, para o tratamento das varizes e, outra, para a remoção da catarata senil bilateral.

Se Deus quiser, irei ainda viver muitos anos e ter o prazer de abraçar os meus netinhos, que espero que venham logo.

Hierania e Bruna Micheliny, ainda, são solteiras.  Mas tenho muita esperança de ainda receber a graça de Deus de pegar os meus netos nos braços.



sexta-feira, 27 de setembro de 2013



republicação 13






Elias feliz






Dona Onofra sempre se referia assim, quando queria xingar de infeliz o seu neto de três ou cinco anos de idade.

Elias era uma criança muito bonita e inteligente.  Gostava de brincar e, como toda criança saudável de sua idade, as peraltices não faltavam.

Sua avó, enloquecia de raiva, porque tinha que refazer o serviço doméstico.

Trabalhou para nós como diarista uns quatro anos, aproximadamente.

Era casada com seu José.  Viviam em um velho casarão na Rua Santo Antônio, ao lado do Edifício Joelma e de fronte à Câmara Municipal de São Paulo.

Era um endereço muito privilegiado, sobretudo para quem tinha um estacionamento de veículos como o seus patrões.

Maria das Dores, a filha de Dona Onofra, trabalhava como empregada doméstica na casa de Michel Temer, então, promotor de Justiça do Estado de São Paulo.  Tinha apenas dois filhos naquela época, Taís e Elias.

Maria das Dores não recebia nenhuma pensão alimentícia ou qualquer outro tipo de ajuda dos respectivos pais das crianças.

Na casa de Michel Temer, recebia apenas um salário mínimo mensal.

Aos domingos, a família freqüentava religiosamente o culto pentecostal e a Escola Bíblica Dominical na Igreja Pentecostal Assembléia de Deus do Belémzinho.

A medida em que Taís e Elias íam crescendo, as suas necessidades sociais e educacionais também cresciam. 

Maria não tinha condições de educar as crianças, porque trabalhava o dia inteiro, inclusive aos sábados.

Como não tinham o que fazer, começaram a sair para as ruas paulistanas.  Não demorou muito para aparecerem as más companhias.

Maria ficou apavorada.  Temia que seus filhos se tornassem delinqüentes de rua.

Resolveu, então, pedir ajuda a assistente social de sua Igreja para colocar Elias em uma creche, em regime de semi-internato, e, a medida que fosse crescendo, em um educandário, em regime de internato, que mantinham.  Isto a exemplo do que acontecia para com as crianças que lá ingressavam.

A assistente social, no entanto, foi intransigente.  Disse-lhe que não havia vagas disponíveis.

Maria das Dores implorou por ajuda.  Não queria que seu filho fosse mais um dos trombadinhas das ruas de São Paulo.

Mas a assistente social foi irredutível em sua posição.  Não aceitou a internação de Elias na creche da Igreja.

Elias tornou-se um dos mais ferozes líderes das gangues de rua de São Paulo, assim que tornou-se adolescente.

Abandonou a mãe e os irmãos, passando a ir morar de baixo do Minhocão.

O Minhocão é como os paulistanos chamam o Viaduto Costa e Silva.  este é uma aberração da engenharia urbana construída por Paulo Salim Maluf, que liga a zona oeste a zona leste, isto é, que vai da Lapa a Penha.

Dona Onofra e Maria das Dores, por sua vez, não mais freqüentaram os cultos na Igreja Pentecostal Assembléia de Deus do Belénzinho, onde, antes da morte de Seu José, tinham um grande prestígio social.

Maria da Onofra não se casou, mas teve mais três filhos.  Não conseguia fazer a cirurgia de laqueadura pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Passou a freqüentar a Igreja Cristã Maranata, onde também era dizimista.

Dona Onofra tornou-se viúva e envelheceu.  Com o passar dos anos, os empregos foram se tornando cada vez mais raros.  Mudou-se para um lote que tinha adquirido em Campinas/SP.

Linda Canso Cordeiro fora quem me apresentara Dona Onofra para trabalhar como diarista, em meados de 1984.  Morávamos na Rua Major Diogo 115, apto: 408, Bela Vista, na Capital de São Paulo.

Dona Onofra, ainda, disse-me que tivera um outro filho, um filho homem, mas que se perdera no mundo, pois nunca mais tivera notícias dele.

Depois de 1994, nunca mais vimos esta família.



republicação 12






A rifa






No Colégio João Passalacqua, era costume vender-se rifas por ocasião das festas juninas.

As crianças ficavam alvoroçadas.  Vendiam e vendiam rifas para todo o mundo que encontravam pela frente, pois o aluno que vendesse mais talonários, seria premiado com brinquedos da marca: “Estrela”, durante o decorrer da festa junina.

Estrela era uma marca muito famosa.  As crianças cobiçavam muito os seus brinquedos, porque eram muito bonitos, divertidos e caros e nem todos os pais podiam comprá-los.

Hierania era reconhecidamente a que mais vendia rifas no colégio.  Sempre foi muito comunicativa e determinada.  Isto fazia com que seus bilhetes de rifa saíssem como água.

No entanto, nunca ganhou um só destes brinquedos.  Nunca foi premiada durante a festa.

Todos os anos, vendia as rifas, ficava esperando o resultado do concurso e sonhando com os prêmios que eram oferecidos.

Mas, no momento mais solene da festa junina, Irmã Lygia, a diretora, anunciava os nomes de outras crianças.

Hierania ficava muito decepcionada com o resultado, pois tinha a certeza de que tinha sido a melhor vendedora de rifas do colégio.  Ficava inconformada.  Era uma tristeza só.

Ocorre, que, passados dias da realização da festa junina, conformava-se e esquecia-se do insucesso.  A Irmã Lygia, no entanto, sempre chamava Hierania e uns dois ou três coleguinhas até a diretoria e oferecia-lhes brinquedinhos de pouco valor econômico e de pouco atrativo, como, bolas, fogãozinhos, ferrinhos de passar e bonecas de plástico grosseiro.

As crianças aceitavam os brinquedos, agradeciam e simplesmente iam brincar.  Mas ficavam indignadas, diante da injustiça de que eram vítimas.

Hierania ficava me perguntando o porquë a Irmã Lygia tinha lhe dado aqueles brinquedos, se não tinha sido a campeã do concurso de rifas da festa junina.

Dizia-lhe que não sabia o porquê.  Pensava que era porque a Irmã Lygia gostava muito dela.

Na segunda vez em que não foi premiada, ficou muito chateada, porque tinha certeza de que tinha sido a primeira colocada.  Tinha vendido mais de mil bilhetes de rifa.

Após experimentar nova decepção e nova premiação posterior com objeto inferior ao prometido, reparou que era sempre as mesmas crianças que eram premiadas com os brinquedos da marca: “Estrela”, e, que tais crianças, eram filhas dos comerciantes do bairro.

Hierania divulgou para todo o mundo que aquele concurso era uma “marmelada”, pois os pais das crianças premiadas compravam os prêmios para os seus filhos apenas para promovê-los socialmenmte.

No ano seguinte, pegou vários talonários e voltou a vendê-los.  Pegou mais talonários do que estava habituada em fazê-lo.  , que, desta vez, não repassou o dinheiro para a direção do colégio, porque não destacava as suas folhinhas.

Também, contou esta sua proeza para todos os que lhe rodeavam.

Os seus coleguinhas de colégio, passaram a fazer o mesmo.  Estava sabotado o concurso.

No dia da festa junina, quando a Irmã Lygia anunciou as mesmas crianças como as vencedoras do concurso, recebeu uma vaia generalizada, por uns cinco minutos ou mais.  Foi um fiasco.

Nunca mais os concursos foram os mesmos.  A arrecadação do colégio passou a ser muito pequena, porque a prática de vender as rifas e não destacar os canhotos tornou-se ainda mais difundida entre os seus alunos.

Quando ficamos sabendo disto, já estudava na escola vizinha, “E.E.P.S.G. Maria José”.

A desforra feita para defender a sua dignindade humana e a lisura do concurso, mostra que o desrespeito leva ao desrespeito e vice-versa.

Isto aconteceu entre 1976 e 1979.  Hierania tinha entre cinco e nove anos de idade.




republicação 11






A formação religiosa de Hierania Batista Avelino Peito






Nossa família se orienta pelos dogmas e doutrinas de fé da Igreja Católica Apostólica Romana.  Tanto os meus pais, como os de Secundo também professavam este credo.

Os meus pais se chamavam: Joaquim Bapttista Pereira e Delvira Cândida de Paula.

Os de Secundo: Cícero Avelino Peito e Ricarda Felizmina de Souza, que, após se casarem, passou a assinar: Ricarda Felizmina Peito.

Nossa filha, Hierania Batista Avelino Peito, nasceu em Belo Horizonte, em 9 de junho de 1970.

No início de julho deste mesmo ano, Hierania foi batizada na Catedral de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Daniel Cordeiro Marques e Anna Cordeiro Marques foram os seus padrinhos de batismo.

Foi uma cerimônia muito bonita e agradável, repleta das bênçãos da Santíssima Trindade.

O padre Luiz Miami deu-lhe a bênção sacramental, em meio a todas as pompas e circunstâncias que requeria este evento religioso.

As fotografias foram tiradas pelo compadre Daniel.  Porém, nunca me repassou-as.

Hierania cresceu seguindo as tradições religiosas da família.  Aos dois anos de idade, já, rezava o Pai-Nosso, a Ave-Maria, a Oração do Anjo da Guarda e fazia o Sinal da Cruz ao se deitar e ao se levantar.

Aos seis anos, ganhou de sua tia Ricarda Peito _ Irmã Grázia da Ordem Das Irmãs de São Vicente de Paula _ uma Bíblia Sagrada ilustrada.  Chamava-se: “As mais belas Histórias”, se não me falha a memória.

Hierania amou esta publicação.  Chegou a fazer a leitura completa dos livros de Gênesis e do Êxodo.  Não achou graça no livro de Levítico e, por isto, abandonou a sua leitura, quando já estava em sua metade.

Desde aquela época, decorou o nome das doze tribos de Israel e encantou-se pelas Histórias de Moizés e de José do Egito.

Irmã Grázia teve fundamental importância em sua educação espiritual e religiosa.

Aos domingos, Secundo e eu freqüentávamos a Missa da paróquia de Nossa senhora de Lourdes, de quem éramos devotos.  Ricardo Sóstenes e Hierania sempre iam conosco.

Às vezes, também, freqüentávamos a Missa dominical na paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Após o desquite judicial consensual, fui me domiciliar em São Paulo/SP.  Hierania tinha cinco anos de idade.

Passamos a freqüentar a Missa dominical na paróquia de Nossa Senhora da Consolação, onde, posteriormente, Hierania recebeu a Primeira Eucaristia e o Crisma.

Irmã Grázia continuou a freqüentar a nossa casa.  Tínhamos um excelente relacionamento familiar.

Quando Hierania completou dez anos de idade, passou a convidá-la para ir passar os feriados e algumas temporadas no pensionato para moças de família, mantidos por elas, as irmãs vicentinas, em Santos/SP.

Hierania e as Irmãs: Celita, Branca e Grázia, gostavam de fazer passeios pelos pontos turísticos da cidade, dentre eles, visitavam, quase sempre, o mosteiro de Nossa Senhora de Montserrat, a Catedral, o aquário Público de Santos, as belas praias e o cais do porto para visitar um navio que serviu na Itália, durante a II Guerra Mundial (1939-45).

Por ocasião das festas juninas, faziam quentão, canjica, amendoim torrado, pé-de-moleque, cachorro quente, dentre tantas outras guloseimas típicas.   Cantavam, dançavam e brincavam.  Hierania chamava este momento lúdico de a “festa junina” do pensionato das irmãs vicentinas.

Fazia as suas refeições diárias no refeitório das irmãs.

Mas gostava muito de ir conversar com as moças do pensionato, principalmente, após o almoço, no refeitório destinado as mesmas.

Também, a partir dos dez anos de idade, matriculei-a no curso de catecismo da paróquia da Consolação.  Dona Irma Mandon era a sua catequista.

Hierania e Adriana Raquel Mandon tornaram-se grandes amigas.  Esta é filha de: Irma e Ernesto Mandon, um casal argentino de Mendoza, que se refugiou no País, a partir da década de 70.

As nossas relações sociais eram intensas e muito agradáveis.  Formávamos uma comunidade muito unida.

O padre Dario Beivilácqua foi quem lhes deu a bênção eucarística da Primeira Comunhão.

Durante o catecismo, Hierania foi sorteada para ser coroinha.  Foi a primeira da paróquia.  Serviu, por dois anos consecutivos.

Foi, também, um período bastante agradável.  Hierania teve uma rica experiência de vida, pois conheceu a fortaleza do Espírito Santo.

Assim, todos os domingos, Hierania e Mauro auxiliavam o padre Dario beivilácqua nos serviços litúrgicos da Missa das dez horas da manhã.

Hierania lavava as mãos do padre e dava-lhe o cálice de hóstias para ser consagrada.

Mauro enxugava as mãos do padre ou dava-lhe a toalha para fazê-lo e, também, repassava-lhe o cálice com o vinho sagrado.

Somente, o padre Dario tinha a autoridade para distribuir a hóstia para os fiéis.

As crianças entoavam os cantos.  Os fiéis se animavam e acompanhava-os.

Mauro, às vezes, fazia uma das duas leituras.

Hierania nunca fez uma leitura sequer, durante a Missa.  Temia não dar conta do recado em razão de sua baixa visão.  Tem horror a fiascos.  É muito tímida.

Porém, em 1980, houve um incidente lamentável na paróquia da Consolação, relacionado a primeira visita oficial do papa João Paulo II à República Federativa do Brasil.

Houve um concurso entre as crianças do catecismo para escolher um representante da paróquia para ir ao encontro do papa com as crianças em São Paulo/SP.

O padre Dario Beivilácqua decidiu que a criança que fizesse o melhor artigo e o melhor cartaz a respeito da vida do papa Karol Jozef Wojtyla e de sua primeira visita ao Brasil, seria a escolhida.

Hierania, por evidente, resolveu participar do concurso.  E, de fato, seu trabalho foi reconhecido como o melhor por toda a comunidade.

O seu artigo foi publicado no jornalzinho da paróquia.  O cartaz foi exposto para a comunidade.  Estes também foram apresentados no evento, mas não por Hierania, mas por Adriana Raquel.

Ocorre, que, na data do evento, Hierania não foi contactada.  Adriana Raquel Mandon foi em seu lugar.

Depois do desencontro acerca do ponto de encontro para o embarque para o evento, o padre Dario disse que não conseguiu estabelecer o necessário contacto telefônico e, diante da exigüidade do tempo, na última hora, foi substituída por Adriana Raquel Mandon.

Hierania ficou bastante chateada com o ocorrido.  Foi a sua primeira decepção religiosa.

Contudo, Hierania e Adriana Raquel Mandon mantiveram a amizade.

Aos quinze ou dezesseis anos, Hierania e Adriana Raquel foram fazer o cursinho preparatório para receberem o sacramento do Crisma.

Ministrou-lhes este curso, o padre José Augusto Margarido.  Teve a duração de um ano, sempre com aulas aos sábados, das treze as dezenove horas.  Foi um curso de teologia bastante amplo que as meninas receberam.

Eduardo, Adriana Raquel e Hierania eram os assessores diretos do padre Margarido.  Davam-lhe assessoria, alternadamente, enquanto iam fazendo as anotações do conteúdo das aulas.

Eduardo era o seminarista da Igreja.  Sonhava em ser ordenado padre.  Chamávamo-no apenas de: “Edu”.  Uma excelente pessoa.  Magnífico.  Faleceu muito precocemente, sem realizar o seu sonho.

Todos os fiéis da comunidade diziam que padre Margarido tinha o dom da paranormalidade.

As meninas diziam-me que o padre Margarido era um excelente professor de teologia.  Seus conhecimentos eram profundos e era muito exigente.

Dona Irma Mandon queria que Dom Paulo Evaristo Arn’s crismasse-nas.

Fizemos o pedido ao monsenhor Luciano, o pároco, que deu sua aquiescência e foi falar com o cônego Dario Beivilácqua, então, secretário particular do arcebispo metropolitano de São Paulo/SP.

Dom Paulo Evaristo Arn’s crismou Hierania e Adriana, em uma cerimônia cheia de pompas e circunstâncias, em 1986.

Dona Irma Mandon foi a madrinha de crisma de Hierania.

A minha irmã, Ivone Batista Pereira, chegou a ser convidada, mas não aceitou o convite.  Disse-nos que seria um pecado aceitá-lo, porque aquilo era uma honra muito grande e, se fizesse aquele sacramento, tinha certeza que iria direto para o inferno.  Também, disse-nos que não tinha condições financeiras para se deslocar da Inglaterra até São Paulo/SP.

Neste ano de 1986, a turma foi enorme.  Tiveram mais de cem pessoas para serem crismadas.

Nesta paróquia, durante a sua adolescência, Hierania também sempre ajudou na preparação das festas religiosas e da organização das procissões nos dias santos.

Raramente, íamos a Missa dominical na Paróquia de Santa Cecília, que ficava próxima ao nosso lar na Rua Helvétia 965, apto: 33, no mesmo bairro de Santa Cecília, em São Paulo/SP.

O mesmo acontecia em relação a paróquia de Nossa Senhora Acchiropita do Bexiga.  Em 1983, Hierania chegou a ser convidada para ser uma de suas catequistas.

Foi participar de uma reunião e, após expor suas idéias sobre um determinado assunto, a coordenadora das catequistas convidou-a para integrar o grupo de catequistas da Igreja, porque percebeu que era muito bem preparada para a missão de evangelizar.

Contudo, com o falecimento de meu marido, em 25 de janeiro de 1984, tivemos a necessidade de permanecer em Belo Horizonte/MG, por mais tempo que esperávamos.  Assim inviabilizou-se esta sua contribuição social.

Em 1994, um pouco antes de tornarmos a regressar a Belo Horizonte/MG, um fato nos impressionou muitíssimo.

Sem que nos conhecêssemos, o pároco da paróquia de Nossa Senhora Rainha da Paz _ localizada no bairro da Liberdade, em São Paulo/SP _ disse a Hierania que ela iria enfrentar um período muito difícil em sua vida, talvez o mais negro que pudesse ter.  Foi profética esta sua triste previsão.  Fez-lhe esta sua premunição, assim que a benzeu.  Hierania e eu ficamos assustadas, mas procuramos não nos empressionar pela grande fé que sempre tivemos em Deus.

Ao regressarmos a belo Horizonte/MG, em fevereiro de 1994, voltamos a freqüentar a Missa dominical na Paróquia de Nossa Senhora de Lurdes.

De vez enquando, participávamos da Missa dominical na paróquia de São Francisco das Chagas, na de Nossa Senhora da Boa Viagem, ou ainda, na de São José no Centro de Belo Horizonte/MG.

Mais tarde, passamos a freqüentar a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, onde somos dizimistas.  O seu pároco, padre Judas Tadeu Vivas, é um grande amigo da família.

Também, fomos dizimistas nas paróquias de Nossa Senhora de Lourdes (2008-2012) e na de São José (2011-2012).

Na Basílica de Lurdes, Secundo e eu sempre tivemos um bom relacionamento, respectivamente, com os párocos, padre Isidoro e padre João Batista Megale.

Em 2003, chegamos Hierania e eu organizar um abaixo-assinado para pedir a permanência do vigário João Batista Megale como o seu pároco.  Mas dom Serafim Fernandes de Araújo foi irredutível em sua posição.

Substituiu-o, o padre Wellington Cardoso Brandão, com quem também mantemos um bom relacionamento.

Estes párocos sempre nos enviam correspondências fraternais por ocasião de nossos respectivos aniversários e festas natalinas.

O padre José Augusto da Silva _ da paróquia de São José _ mantém também um cordial relacionamento com nossa família.

São todos excelentes padres.  São muito bem preparados para guiar as suas ovelhas.

Porém, não temos um relacionamento social com os demais membros das respectivas comunidades religiosas.

Conhecemos apenas Alice e Maria Lúcia, respectivamente, secretárias da secretaria das paróquias de Lourdes e de São José.

O nosso relacionamento social é maior com a comunidade da paróquia de Nossa Senhora de Fátima.  Lá, conhecemos algumas pessoas do grupo de jovens e as secretárias da secretaria da paróquia: Maria das Graças, Maria Amélia e Sônia.  Além do Nova Lima.

No ano passado, conhecemos como visitantes, a paróquia de Santo Ignácio de Loyola, dirigida pelo pároco Fernando Lopes Gomes.  É uma bonita comunidade.  Este padre, além de cantar belissimamente bem, é também uma pessoa muito culta e inspirada por Deus.

A festa junina de sua paróquia é muito alegre e organizada.  O caldo de feijão e a canjica estavam deliciosos.

Estivemos lá, em 17 de junho de 2012.

Entre os anos de 2008 e 2010, Hierania fez a leitura e o estudo de toda a Bíblia Sagrada, de maneira autodidata.  Teve uma compreensão sistêmica da vida espiritual e religiosa do ser humano, segundo a natureza divina e a natureza humana.

Quanto a sua devoção, inicialmente foi devota de São José.  Depois, de Santa Edwiges.  E, por fim, de São Miguel Arcanjo.

Mantém laços de amizade com as Irmãs Paulinas, Romi Auth, Elizabeth, Leda e Fátima, desde os idos de 2005.

Até hoje, corresponde-se com Irmã Geny Eiras, a quem passou a chamar carinhosamente de vovó Geny.  Possuem esta relação bonita de amizade, desde 1989, quando Hierania foi estudar no Colégio São José da Rua da Glória 195, no bairro da Liberdade, em São Paulo/SP.

Irmã Geny era a diretora do colégio e recebeu a sua matrícula de braços abertos.  Muito embora, por ouvir os maus conselhos dos mordomos do colégio, chegou a pensar em cancelar sua matrícula no primeiro dia de aula.

Antes de fazê-lo, porém, resolveu consultar as meninas de sua futura turma de colegas.

As meninas, não só disseram-lhe que Hierania era muito benvinda no colégio, como deram-lhe uma repreenda, peguntando-lhe:

 “_É este o seu espírito cristão?  De que Cristo você fala?  Nossa, Irmã!  Esta não é uma postura de uma boa irmã de caridade.  Negar o acesso a educação e cultura a uma aluna só porque ela é cega?  E tem mais, Irmã Geny.  Se ela não for ficar no colégio, por causa de preconceito, nós também vamos querer mudar de escola.  O preconceito é odiável.  Não podemos aceitá-lo, em hipótese alguma.”.

Hierania fez o 2º e 3º anos do segundo grau no Colégio São José.  Foi muito feliz e querida nesta época.

Isto se deu, em 1989 e 1990.

Os mordomos do Colégio São José são os desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJSP).

A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo é a mantenedora do colégio da Congregação das Irmãs de São José de Chambery, desde sua fundação na Capital paulista, em 1880.

A Congregação das Irmãs de São José de Chambery tem vários estabelecimentos de ensino por todo o Brasil.  Apenas na cidade de São Paulo, há dois colégios.  Um no bairro da Liberdade, o Colégio São José.  O outro, no bairro de Santana.  Lá, recebe o nome de Colégio Santana.