O batismo de Ricardinho

Ricardo Olinda Bezerra chegou, em 25 de maio de 2008.  Era uma criança muito linda e saudável.

É filho de: Roseyres Olinda Silva e Francisca Bezerra Moreira da Silva.  Tem apenas um irmão mais velho, Franceíres Bezerra Moreira da Silva.  Este nascera, em 28 de janeiro de 1999.

Roseyres e Francisca trabalharam no Sítio Santa Filomena, entre outubro de 2002 e dezembro de 2004.

Roseyres era um caseiro muito trabalhador.

Francisca era também uma moça muito trabalhadora e de um grande coração.  Sempre foi uma excelente empregada doméstica.

Quando não estava trabalhando, rezava a Bíblia Sagrada.  Fazia isto todos os dias.  E dedicava a sua vida a criação de seus filhos.

Saíram do Sítio Santa Filomena para ir trabalhar no cafezal da propriedade do Sr. Fernando Motta, que se situa na Alameda do Alto nº 123, Quintas da Fazendinha, Acesso II, em Matozinhos/MG.  Permaneceram lá, até agosto de 2008.

Assim que Ricardinho nasceu, Francisca convidou Hierania para ser a sua madrinha de batismo.

Antes de aceitar o convite, Hierania participou-lhes que era católica e perguntou-lhes se poderia batizá-lo mesmo assim. 

Roseyres e Francisca disseram-lhe que isto não era impedimento na Igreja Evangélica em que freqüentavam.

Então, aceitou o convite.  Ficou encantada com a criança e passou a dar-lhe assistência material e emocional.

Deu-lhe um enxoval completo: roupas, mamadeiras, fraudas, produtos de higiene pessoal, móveis de quarto e a sua roupinha branca de batismo.

Em 14 de dezembro de 2008, a cerimônia do batismo foi realizada na sede da Igreja Evangélica em que os pais da criança freqüentavam, em Matozinhos/MG.

Comparecemos eu e minhas filhas, Hierania e Bruna Micheliny.  Evandro, o nosso motorista particular, foi dirigindo.

Durante a cerimônia, Ricardinho comportou-se muito bem no colo de Hierania, inclusive ao receber a bênção do espírito Santo na pia batismal.  Não deu nenhum chorinho, sequer.

Como não tinham um padrinho, Roseyres e Francisca convidaram Bruna Micheliny para ser a segunda madrinha da criança.

Isto porque Evandro e Lúcia, respectivamente, o nosso motorista e a tia de Roseyres ali presentes, não aceitaram o convite.

Também, chamaram o casal, Ivo e Geralda, para serem os seus padrinhos de consagração.  Foram nos apresentados como os seus irmãos de Igreja.

Evandro era também o nome do pastor.  Não me recordo mais do nome desta Igreja Evangélica.

Após a cerimônia, o pastor recomendou-nos muitíssimo que déssemos uma cesta básica por mês para a família em consideração a criança.

Disse-nos, ainda, que a criança era muito bonita e, que, quando crescesse, já estava decidido que iria tocar na banda da Igreja por causa da sua beleza.

Chamou-nos a atenção para o fato, de que estava se batizando uma criança em uma Igreja Evangélica.

Também, a linguagem utilizada chamou-nos a atenção.  Esta era a típica dos rituais católicos, como, por exemplo, compadre, comadre e padrinhos de batismo e padrinhos de consagração.

Talvez, isto tenha ocorrido em razão da formação religiosa de Roseyres e Francisca, que por virem de famílias de tradição católica, fizeram a primeira comunhão e o Crisma em uma paróquia no Ceará.

Diante das evidências, não se pode negar que o pastor Evandro tinha apenas um grande interesse econômico, sobretudo porque o batistério de Ricardinho nunca foi entregue as suas madrinhas, Hierania e Bruna Micheliny.

Em novembro de 2009, Roseyres e sua família voltaram para a cidade de Saboeiro, no Estado do Ceará.

Entre maio e agosto de 2010, porém, Roseyres trabalhou como motorista particular para a sua comadre.  Mas não se adaptou a rotina doméstica da vida urbana.

Hierania deu-lhe a passagem aérea para Fortaleza para ir buscar a família na cidade de Saboeiro/CE.

Em janeiro de 2011, Francisca e as crianças vieram nos fazer uma visita e disse-nos que o seu marido iria trabalhar como representante comercial de roupas de cama, mesa e banho na cidade de Mariana/MG.

Desta data em diante, nunca mais voltamos a vê-los.