sexta-feira, 20 de setembro de 2013



A formação religiosa de Hierania Batista Avelino Peito






Nossa família se orienta pelos dogmas e doutrinas de fé da Igreja Católica Apostólica Romana.  Tanto os meus pais, como os de Secundo também professavam este credo.

Os meus pais se chamavam: Joaquim Bapttista Pereira e Delvira Cândida de Paula.

Os de Secundo: Cícero Avelino Peito e Ricarda Felizmina Peito.

Nossa filha, Hierania Batista Avelino Peito, nasceu em Belo Horizonte, em 9 de junho de 1970.

No início de julho deste mesmo ano, Hierania foi batizada na Catedral da Boa Viagem.  Daniel Cordeiro Marques e Anna Cordeiro Marques foram seus padrinhos de batismo.

Foi uma cerimônia muito bonita e agradável, repleta das bênçãos da Santíssima Trindade.

O padre Luiz Miami deu-lhe a bênção sacramental, em meio a todas as pompas e circunstâncias que requeria este evento religioso.

As fotografias foram tiradas pelo compadre Daniel.  Porém, nunca me repassou-as.

Hierania cresceu seguindo as tradições religiosas da família.  Aos dois anos de idade, já, rezava o Pai-Nosso, a Ave-Maria, a Oração do Anjo da Guarda e fazia o Sinal da Cruz ao se deitar e ao se levantar.

Aos seis anos, ganhou de sua tia Ricarda _ Irmã Grázia da Ordem de São Vicente de Paula _ uma Bíblia Sagrada ilustrada.  Chamava-se: “As mais belas Histórias”, se não me falha a memória.

Hierania amou esta publicação.  Chegou a fazer a leitura completa dos livros de Gênesis e do Êxodo.  Não achou graça no livro de Levítico e, por isto, abandonou a sua leitura, quando já estava em sua metade.

Desde aquela época, decorou o nome das doze tribos de Israel e encantou-se pelas Histórias de Moizés e de José do Egito.

Irmã Grázia teve fundamental importância na vida espiritual e religiosa de Hierania.

Aos domingos, Secundo e eu freqüentávamos a Missa da paróquia de Nossa senhora de Lourdes, de quem éramos devotos.  Ricardo Sóstenes e Hierania sempre iam conosco.

Às vezes, também, freqüentávamos a Missa dominical na paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Após o desquite judicial consensual, fui me domiciliar em São Paulo/SP.  Hierania tinha cinco anos de idade.

Passamos a freqüentar a Missa dominical na paróquia de Nossa Senhora da Consolação, onde, posteriormente, Hierania recebeu a Eucaristia e o Crisma.

Irmã Grázia continuou a freqüentar a nossa casa.  Tínhamos um excelente relacionamento familiar.

Quando Hierania completou dez anos de idade, esta passou a convidá-la para ir passar os feriados e algumas temporadas no pensionato para moças de família, mantidos por elas, as irmãs vicentinas, em Santos/SP.

Hierania e as irmãs: Celita, Branca e Grázia, gostavam de fazer passeios pelos pontos turísticos da cidade, dentre eles, visitavam, quase sempre, o mosteiro de Nossa Senhora de Montserrat, a Catedral, o aquário Público de Santos, as belas praias e o cais do porto para visitarmos um navio que serviu na Itália, durante a II Guerra Mundial (1939-45).

Por ocasião das festas juninas, faziam quentão, canjica, amendoim torrado, pé-de-moleque, cachorro quente, dentre tantas outras guloseimas típicas.  Cantavam, dançavam e brincavam.  Hierania chamava este momento lúdico de a “festa junina” do pensionato das irmãs vicentinas.

Também, a partir dos dez anos de idade, matriculei Hierania no curso de catecismo da paróquia da Consolação.  Dona Irma Mandon era a sua catequista.

Hierania e Adriana Raquel Mandon tornaram-se grandes amigas.  Esta é filha de: Irma e Ernesto Mandon, um casal argentino de Mendoza, que se refugiou no País, a partir da década de 70.

As nossas relações sociais eram intensas e muito agradáveis.  Formávamos uma comunidade muito unida.

O padre Dario Beivilácqua foi quem lhes deu a bênção eucarística da Primeira Comunhão.

Durante o catecismo, Hierania foi sorteada para ser coroinha.  Foi a primeira da paróquia.  Serviu, por dois anos consecutivos.

Foi, também, um período bastante agradável.  Hierania teve uma rica experiência de vida, pois conheceu a fortaleza do Espírito Santo.

Assim, todos os domingos, Hierania e Mauro auxiliavam o padre Dario beivilácqua nos serviços litúrgicos da Missa das dez horas da manhã.

Hierania lavava as mãos do padre e dava-lhe o cálice de hóstias para ser consagrada.

Mauro enxugava as mãos do padre ou dava-lhe a toalha para fazê-lo e, também, repassava-lhe o cálice com o vinho sagrado.

Somente, o padre Dario tinha autoridade para distribuir a hóstia para os fiéis.

As crianças entoavam os cantos.  Os fiéis se animavam e acompanhava-os.

Mauro, às vezes, fazia uma das duas leituras.

Hierania nunca fez uma leitura sequer, durante a Missa.  Temia não dar conta do recado em razão de sua baixa visão.  Tem horror a fiascos.  É muito tímida.

Porém, em 1980, houve um incidente lamentável na paróquia da Consolação, relacionado a primeira visita oficial do papa João Paulo II à República Federativa do Brasil.

Houve um concurso entre as crianças do catecismo para escolher um representante da paróquia para ir ao encontro do papa com as crianças em São Paulo/SP.

O padre Dario Beivilácqua decidiu que a criança que fizesse o melhor artigo e o melhor cartaz a respeito da vida do papa Karol Wojtyla e de sua primeira visita ao Brasil, seria a escolhida.

Hierania, por evidente, resolveu participar do concurso.  E, de fato, seu trabalho foi reconhecido como o melhor por toda a comunidade.

O seu artigo foi publicado no jornalzinho da paróquia.  O cartaz foi exposto para a comunidade.  Estes também foram apresentados no evento, mas não por Hierania, mas por Adriana Raquel.

Ocorre, que, na data do evento, Hierania não foi contactada.  Adriana Raquel Mandon foi em seu lugar.

Depois do desencontro acerca do ponto de encontro para o embarque para o evento, o padre Dario disse que não conseguiu estabelecer o necessário contacto telefônico e, diante da exigüidade do tempo, na última hora, foi substituída por Adriana Raquel Mandon.

Hierania ficou bastante chateada com o ocorrido.  Foi a sua primeira decepção religiosa.

Contudo, Hierania e Adriana Raquel Mandon mantiveram a amizade.

Aos quinze ou dezesseis anos, Hierania e Adriana Raquel foram fazer o cursinho preparatório para receberem o sagramento da Crisma.

Ministrou-lhes este curso, o padre José Augusto Margarido.  Teve a duração de um ano, sempre com aulas aos sábados, das treze as dezenove horas.  Foi um curso de teologia bastante amplo que as meninas receberam.

Eduardo, Adriana Raquel e Hierania eram os assessores diretos do padre Margarido.  Davam-lhe assessoria, alternadamente, enquanto iam fazendo as anotações do conteúdo das aulas.

Eduardo era o seminarista da Igreja.  Sonhava em ser ordenado padre.  Chamávamo-no apenas de Edu.  Uma excelente pessoa.  Magnífico.  Faleceu muito precocemente, sem realizar o seu sonho.

Todos os fiéis da comunidade diziam que padre Margarido tinha o dom da paranormalidade.

As meninas diziam-me que o padre Margarido era um excelente professor de teologia.  Seus conhecimentos eram profundos e era muito exigente.

Dona Irma Mandon queria que Dom Paulo Evaristo Arn’s crismasse-nas.

Fizemos o pedido ao Monsenhor Luciano, o pároco, que deu sua aquiescência.

Dom Paulo Evaristo Arn’s crismou Hierania e Adriana, em uma cerimônia cheia de pompa e circunstância, em 1986.

Dona Irma Mandon foi a madrinha de crisma de Hierania.

A minha irmã, Ivone Batista Pereira, chegou a ser convidada, mas não aceitou o convite.  Disse-nos que seria um pecado aceitá-lo, porque aquilo era uma honra muito grande e, se fizesse aquele sacramento, tinha certeza que iria direto para o inferno.  Também, disse-nos que não tinha condições financeiras para se deslocar da Inglaterra.

Neste ano de 1986, a turma foi enorme.  Tinha mais de cem pessoas para serem crismadas.

Nesta paróquia, durante a sua adolescência, Hierania também sempre ajudou na preparação das festas religiosas e da organização das procissões nos dias santos.

Raramente, íamos a Missa dominical na Paróquia de Santa Cecília, que ficava próxima ao nosso lar na Rua Helvétia 965, apto: 33.

O mesmo acontecia em relação a paróquia de Nossa Senhora Acchiropita.  Em 1983, Hierania chegou a ser convidada para ser uma de suas catequistas.

Contudo, com o falecimento de meu marido, em 25 de janeiro de 1984, tivemos a necessidade de permanecer em Belo Horizonte/MG, por mais tempo que esperávamos.  Assim inviabilizou-se esta sua contribuição social.

Em 1994, um pouco antes de tornarmos a regressar a Belo Horizonte/MG, um fato nos impressionou muitíssimo.

Sem que nos conhecêssemos, o pároco da paróquia de Nossa Senhora Rainha da Paz _ localizada no bairro da Liberdade, em São Paulo/SP _ disse a Hierania que ela iria enfrentar um período muito difícil em sua vida, talvez o mais negro que pudesse ter.  Foi profética esta sua triste previsão.  Fez-lhe esta sua premunição, assim que a benzeu.  Hierania e eu ficamos assustadas, mas procuramos não nos empressionar pela grande fé que sempre tivemos em Deus.

Ao regressarmos a belo Horizonte/MG, em fevereiro de 1994, voltamos a freqüentar a Missa dominical na Paróquia de Nossa Senhora de Lurdes.

De vez enquando, participávamos da Missa dominical na paróquia de São Francisco das Chagas, na de Nossa Senhora da Boa Viagem, ou ainda, na de São José no Centro de Belo Horizonte/MG.

Mais tarde, passamos a freqüentar a paróquia de Nossa Senhora de Fátima, onde somos dizimistas.  O seu pároco, padre Judas Tadeu Vivas, é um grande amigo da família.

Também, fomos dizimistas nas paróquias de Nossa Senhora de Lourdes (2009-2013) e na de São José (2011-2012).

Na Basílica de Lurdes, Secundo e eu sempre tivemos um bom relacionamento, respectivamente, com os párocos, padre Isidoro e padre João Batista Megale.

Em 2003, chegamos Hierania e eu organizar um abaixo-assinado para pedir a permanência do vigário como o seu pároco.  Mas dom Serafim Fernandes de Araújo foi irredutível em sua posição.

Substituiu-o, o padre Wellington Cardoso Brandão, com quem também mantemos um bom relacionamento.

Estes párocos sempre nos enviam correspondências fraternais por ocasião de nossos respectivos aniversários e festas natalinas.

O padre José Augusto da Silva _ da paróquia de São José _ também, mantém um cordial relacionamento com nossa família.

São todos excelentes padres.  São muito bem preparados para guiar as suas ovelhas.

Porém, não temos um relacionamento social com os demais membros das respectivas comunidades religiosas.

Conhecemos apenas Alice e Maria Lúcia, respectivamente, secretárias da secretaria das paróquias de Lourdes e de São José.

O nosso relacionamento social é maior com a comunidade da paróquia de Nossa Senhora de Fátima.  Lá, conhecemos algumas pessoas do grupo de jovens e as secretárias da secretaria da paróquia: Maria das Graças e Maria Amélia.  Além do Nova Lima.

No ano passado, conhecemos como visitantes, a paróquia de Santo Ignácio de Loyola, dirigida pelo pároco Fernando Lopes Gomes.  É uma bonita comunidade.  Este padre, além de cantar belissimamente bem, é também uma pessoa muito culta e inspirada por Deus.

Entre os anos de 2008 e 2010, Hierania fez a leitura e o estudo de toda a Bíblia Sagrada, de maneira autodidata.  Teve uma compreensão sistêmica da vida espiritual e religiosa do ser humano, segundo a natureza divina e a natureza humana.

Quanto a sua devoção, inicialmente foi devota de São José.  Depois, de Santa Edwiges.  E, por fim, de São Miguel Arcanjo.

Mantém laços de amizade com as Irmãs Paulinas, Romi Auth, Elizabeth, Leda e Fátima, desde os idos de 2005.

Até hoje, corresponde-se com Irmã Geny Eiras, a quem passou a chamar carinhosamente de vovó Geny.  Possuem esta relação bonita de amizade, desde 1989, quando Hierania foi estudar no Colégio São José da Rua da Glória 195, em São Paulo/SP.

Irmã Geny era a diretora do colégio e recebeu a sua matrícula de braços abertos.  Muito embora, por ouvir os maus conselhos dos mordomos do colégio, chegou a pensar em cancelar sua matrícula no primeiro dia de aula.

Antes de fazê-lo, porém, resolveu consultar as meninas de sua futura turma de colegas.  As meninas, não só disseram-lhe que Hierania era muito benvinda no colégio, como deram-lhe uma repreenda, peguntando-lhe:

 “_É este o seu espírito cristão?  De que Cristo você fala?  Nossa, Irmã!  Esta não é uma postura de uma boa irmã de caridade.  Negar o acesso a educação e cultura a uma aluna só porque ela é cega?  E tem mais, Irmã Geny.  Se ela não for ficar no colégio, por causa de preconceito, nós também vamos querer mudar de escola.  O preconceito é odiável.  Não podemos aceitá-lo, em hipótese alguma.”.

Hierania fez o 2º e 3º anos do segundo grau no Colégio São José.  Foi muito feliz e querida nesta época.

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