sexta-feira, 30 de agosto de 2013



O inquérito policial - Parte III






Minha filha apenas quer fazer valer o seu direito de ser humano de ser respeitada pelos demais indivíduos _ que compõem esta sociedade _ ao exercer, livre e desembaraçadamente, os atos de sua vida civil e política.

Como mãe, quero ver minha filha feliz.





EXMº. SRº. DELEGADO DA PRIMEIRA DELEGACIA DE POLÍCIA/CENTRO, DR. ROGÉRIO DE CASTRO CEDROLA JÚNIOR:


INQUÉRITO POLICIAL Nº. 609.596








HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO, brasileira, solteira, bacharel em Direito, portadora da cédula de identidade: RG: 23.051.282-3 SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o nº: 129.017.608-64, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Cláudio Manoel nº 599, apto: 402, Funcionários, CEP: 30.140-100, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer a juntada de cópia reprográfica dos documentos abaixo-relacionados:

01.    declaração de conclusão do curso “Conhecendo a Tradição de Israel” no Centro de Teologia Eucarística e Pastoral (CETEP), fornecida, em 26/08/2010, por sua cordenadoria acadêmica, sob a responsabilidade do Profº. Sandson Almeida Rotterdan (doc. 01);
02.    correspondência eletrônica, encaminhada por Hierania Batista Avelino Peito ao DPF. Rodrigo de Melo Teixeira, em 14/09/2010 (doc. 02);
03.    declaração prestada por Amanda Faria Oliveira, em 29/06/2011, a respeito da data do requerimento da microfilmagem do cheque nº: 900137, da conta corrente nº: 2255.001.4818-7, junto à Caixa Econômica Federal (CEF), em 19/08/2010 (doc. 03);
04.    microfilmagem do cheque nº: 900137, da conta corrente nº: 2255.001.4818-7, com data de 29/06/2011 (doc. 04).

Há, ainda, de se esclarecer que o documento 01 visa comprovar que a Signatária se encontrava cursando no CETEP o aludido curso religioso a respeito da tradição do povo judeu, sob a presidência do Profº. Pascal Peuze, quando junto com seus demais colegas de sala, fora convidada pelo aludido docente a visitar a Congregação Israelita Mineira em 14/05/2010, como atividade extraclasse, conforme, inclusive, isto fora também declarado por sua colega, Ruth Almeida Moreira Souza, com data de 16/12/2010. 

Ao final, saliente-se que os documentos 02 a 04 visam comprovar que a Signatária adquiriu na “Festa das Frutas”, promovida pela Congregação Israelita Mineira, na Praça Estado de Israel, Mangabeiras, em Belo Horizonte/MG, em 23/05/2010, material acadêmico e literário para o estudo religioso e filosófico da História, teologia e liturgia judaicas, bem como sua tentativa de harmoniosamente participar da vida social da comunidade israelita mineira, o que, no entanto, não foi possível em razão de ter sido vítima de ferrenho preconceito e discriminação social por parte do Rabino Leonardo Alanati, consoante figura como objeto do aludido inquérito policial.


Nestes Termos,
Pede Deferimento.



Belo Horizonte, 29 de junho de 2011



HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO




O inquérito policial - Parte II






Minha filha quer defender sua dignidade de pessoa humana e sua reputação perante a sociedade civil brasileira.

Em outros termos, Hierania apenas quer ser respeitada como ser humano que o é.





EXMº. SRº. DELEGADO DA PRIMEIRA DELEGACIA DE POLÍCIA/CENTRO, DR. ROGÉRIO DE CASTRO CEDROLA JÚNIOR:



INQUÉRITO POLICIAL Nº. 609.596










HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO, brasileira, solteira, bacharel em Direito, portadora da cédula de identidade: RG: 23.051.282-3 SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o nº: 129.017.608-64, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Cláudio Manoel nº 599, apto: 402, Funcionários, CEP: 30.140-100, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o fornecimento de cópia reprográfica do inteiro teor do aludido inquérito.


Nestes Termos,
Pede Deferimento.



Belo Horizonte, 29 de junho de 2011



HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO




O inquérito policial - Parte I






Minha filha simplesmente pede respeito a sua pessoa como ser humano que o é.

A notificação extrajudicial dirigida ao rabino Leonardo Alanati teve o objetivo de oferecer-lhe a oportunidade para promover sua defesa pessoal e para que oferecesse um pedido de desculpas à minha filha.

este rabino apenas mandou devolver-lhe a quantia paga a título de matrícula no curso de “Liturgia Judaica”, ministrado no segundo semestre de 2010 na sede da Congregação Israelita Mineira, sem, contudo, vir acompanhada de um pedido de desculpas de sua parte.

Em outras palavras, o rabino Leonardo Alanati confirmou que praticou violência psicológica contra minha filha, pois deu a sua aquiescência ao inteiro teor do documento de notificação extrajudicial, ao mandar devolver-lhe o dinheiro.

Atente-se para o detalhe de que o rabino, sequer, contestou uma de suas linhas. 

Apenas mandou coletar a assinatura e o número do documento de identidade de minha filha em um recibo, ao devolver-lhe o dinheiro da matrícula.

Diante da ausência do pedido de desculpas, minha filha procurou os órgãos de persecução criminal do Estado para dar-lhe notícia dos crimes de preconceito e discriminação social e de tortura psicológica de que fora vítima na sinagoga.




EXMº. SRº. DELEGADO DA PRIMEIRA DELEGACIA DE POLÍCIA/CENTRO, DR. ROGÉRIO DE CASTRO CEDROLA JÚNIOR:



INQUÉRITO POLICIAL Nº. 609.596










HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO, brasileira, solteira, bacharel em Direito, portadora da cédula de identidade: RG: 23.051.282-3 SSP/SP, inscrita no CPF/MF sob o nº: 129.017.608-64, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Cláudio Manoel nº 599, apto: 402, Funcionários, CEP: 30.140-100, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência requerer o fornecimento de cópia reprográfica das declarações que prestara à escrivã Joelma, em 28/06/2011, acerca das circunstâncias fáticas de natureza delitiva que são o objeto do aludido inquérito.


Nestes Termos,
Pede Deferimento.



Belo Horizonte, 29 de junho de 2011



HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO




A Colina da Primavera






A notificação extrajudicial apresentada abaixo foi registrada no 1º registro de títulos e documentos da comarca de Belo Horizonte/MG, em 17 de agosto de 2010.

como mostra o teor do documento, o estado emocional e a reputação de minha filha ficaram deveras abalados, diante da gravidade das ofensas proferidas gratuitamente contra a sua dignidade de ser humano na sinagoga.

O competente trabalho psicoterapêutico desenvolvido pelo Drº. Ivan Vitóvá Junqueira teve fundamental importância na recuperação de sua saúde emocional.

Na época, o rabino Leonardo Alanati não pediu desculpas à minha filha.  Também, não contestou o teor do documento recebido.

A respeito de todos estes acontecimentos, entendo que minha filha merece receber um pedido de desculpas da comunidade.










Belo Horizonte, 17 de janeiro de 2010



À
CONGREGAÇÃO ISRAELITA MINEIRA, NA PESSOA DE SEU REPRESENTANTE LEGAL, RABINO LEONARDO ALANATI
RUA RIO GRANDE DO NORTE Nº 477, FUNCIONÁRIOS
CEP: 30.130-130  -  BELO HORIZONTE/MG.



Prezado Senhor,


Solicito a Vossa Senhoria, o imediato cancelamento de minha matrícula no “curso de liturgia judaica”, dada a impossibilidade de dar continuidade a este curso pelas escancaradas ofensas de que fui gratuitamente submetida, perante os demais alunos, durante todo o transcorrer de sua primeira aula na sede desta entidade, em 10/08/2010, visto que o professor, rabino Leonardo Alanati, espontaneamente declarara, perante todos os ali presentes, que considera as pessoas com deficiência imorais, pavorosas e aterrorizantes como se fossem um “computador velho que não funciona”, um “whisky do Paraguai que dá uma tremenda enxaqueca”, “uma pessoa com uma tatuagem de caveira gravada no corpo”, uns “pães velhos e amanhecidos”, um “leproso que deve ficar isolado da sociedade”, uma “galinha que põe uma dúzia de ovos de uma vez só”, um “bezerro defeituoso” que não pode ser oferecido a Deus por ser uma prova de uma “tremenda ingratidão para com ele” e que, portanto, o único destino deste bezerro é ser queimado no fogo.

Solicito ainda a Vossa Senhoria, o pronto ressarcimento da quantia de R$70,00 (setenta Reais), pagos a título de matrícula neste curso, no prazo máximo de vinte e quatro (24) horas a contar do recebimento desta notificação, por meio apto a sua comprovação, em meu infra-endereço domiciliar, vez que, como acima exposto, não fora eu quem dera motivo para sua rescisão contratual.


Atenciosamente:


DRA. HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO
BACHAREL EM DIREITO



HIERANIA BATISTA AVELINO PEITO
RUA CLÁUDIO MANOEL Nº 599, APTO 402, FUNCIONÁRIOS
CEP: 30.140-100   -  BELO HORIZONTE/MG.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013



Pascal Peuze, um homem inteligente e iluminado por Deus





Sempre achei que Pascal Peuze deveria ser rabino pela grande devoção a Deus e sabedoria que demonstra ter ao transmitir os seus conhecimentos bíblicos com muita propriedade.  É, em síntese, um homem muito iluminado por Deus.

Pascal Peuze, também, é meu professor.  No semestre passado, estudei hebraico bíblico com ele nas edições Paulinas, aqui, em Belo Horizonte/MG.

Gostei muito do curso.  Pretendo retomá-lo no próximo semestre.  Parei este semestre apenas para cuidar de minha saúde.

Pascal Peuze admira muito a minha filha e, por isto, nunca compactuou com as injustiças e as torturas psicológicas de que foi vítima, mesmo que o ódio contra ela venha de uma pessoa influente como é o rabino Leonardo Alanati, o responsável pela condução da comunidade que constitui a Congregação Israelita Mineira.















DECLARAÇÃO PARA FINS LEGAIS

Eu, Pascal Jean André Rogé Peuze, francês, professor de letras hebraicas e do Curso da escuta da tradição de Israel no CETEP (situado na Rua Sergipe nº 178, Funcionários, CEP: 30.130-170, em Belo Horizonte/MG.), declaro para todos os fins legais, que, em 14/05/2010, acompanhei, por ser uma atividade extra classe proposta por mim, alguns de meus alunos, dentre eles, a aluna Hierania Batista Avelino Peito, e sua acompanhante, Maria marta de Miranda, em uma visita ao culto do shabat na sede da Congregação Israelita Mineira (situada também nesta Capital, na Rua Rio Grande do Norte nº 477, Funcionários, CEP: 30.130-130), tendo considerado satisfatório os fins didáticos a que me propunha em relação ao bom comparecimento, interesse e participação de meus alunos, dentre eles, da aluna: Hierania Batista Avelino Peito, que, nesta data, dirigiram relevantes perguntas ao rabino Leonardo Alanati.

Isto posto, firmo a presente declaração, em duas vias de igual teor e forma, por ser a expressão da mais pura verdade.



Belo Horizonte, 18 de agosto de 2010



PASCAL JEAN ANDRÉ ROGÉ PEUZE
ORA DECLARANTE



na sinagoga, os israelitas humilham Hierania Batista Avelino Peito.  Apenas dois judeus a defende.









Naquela época, esta minha filha não andava sozinha.  Quando eu não podia ir, Maria Marta de Miranda a acompanhava em seus compromissos.

Por esse motivo, foram prestadas as declarações pessoais abaixo.

Antes, porém, entendo ser necessário esclarecer, que Maria Marta de Miranda, em tempo algum, residiu em nossa casa.  Seu endereço residencial, de 1999 a 2011, sempre foi o da Rua Paulino Caetano Mendes nº 616, no bairro do Céu Azul, em Belo Horizonte/MG.

Maria Marta de Miranda colocou o nosso endereço domiciliar, como sendo o seu, porque disse-nos temer ser vítima de algum atentado por parte do rabino Leonardo Alanati, tamanha a fúria que demonstrou ter em relação a Hierania.

E, como trabalhou para a nossa família, ora como empregada doméstica, ora como diarista, entre agosto de 1999 a janeiro de 2001 e entre fevereiro de 2003 a dezembro de 2011, não vimos nenhum problema nisto.















DECLARAÇÃO PARA FINS LEGAIS

Eu, Maria Marta de Miranda, brasileira, casada, diarista, portadora da cédula de identidade RG: MG-7.366.805 SSP/MG, inscrita no CPF/MF sob o nº: 024.776.346-23, domiciliada na Capital mineira, na Rua Cláudio Manoel nº 599, apto: 402, Funcionários, CEP: 30.140-100, venho, pela presente, declarar para todos os fins legais, que, em 10/08/2010, presenciei o rabino Leonardo Alanati declarar, espontaneamente, perante a Dra. Hierania Batista Avelino Peito e todos os demais alunos do curso de “Liturgia Judaica”, na sede da Congregação Israelita Mineira, que as pessoas com deficiência lhe causam pavor, porque são imorais e aterrorizadoras com os seus defeitos, e, que, também, os considera como um “computador velho que não funciona”, um “whisky do Paraguai que dá uma tremenda enxaqueca”, uns “pães velhos e amanhecidos”, uma “pessoa com uma tatuagem de caveira no corpo”, uma “galinha que põe uma dúzia de ovos de uma vez só”, um “leproso que deve ser isolado da sociedade”, um “bezerro defeituoso” que não pode ser oferecido a Deus por ser uma prova de uma “tremenda ingratidão para com ele” e que, portanto, o seu único destino é ser queimado no fogo.  Declaro, ainda, que testemunhei que uma das alunas, em tom de escárnio escancarado, gritou para todos, por várias vezes, que eram “galinhas que põe uma dúzia de ovos de uma vez só” e, que uma outra aluna, também se manifestou, dizendo que, mais do que a deficiência física, as pessoas com deficiência têm é um defeito moral, porque são impuras e cheias de pecados.  Declaro, ao final, que a Dra. Hierania Batista foi, o tempo inteiro, alvo de hostilidades e de chacotas por parte da maioria dos ali presentes e que esta ficou imensamente constrangida e humilhada, diante das declarações acima e do comportamento social de todos que inesperadamente também passaram a rezar, em conjunto, por várias vezes, uma oração judaica contra os caluniadores.

Por ser a expressão da mais pura verdade, firmo a presente em duas vias de igual teor e forma.


Belo Horizonte, 13 de agosto de 2010


MARIA MARTA DE MIRANDA
ORA DECLARANTE


No início do culto do “shabat”.  A Congregação Israelita Mineira recebe a visita de cristãos católicos apostólicos romanos.






Hierania contou para alguns de seus colegas o que tinha lhe acontecido durante a sua primeira aula de liturgia judaica na sinagoga, em 10 de agosto de 2010.

Ruth Almeida disse-me que não se podia admitir mais aquela violência psicológica e injustiça contra Hierania.

Nessa perspectiva, resolveu não alimentar a tortura psicológica de que minha filha foi vítima.

E, ainda, por não aceitar a existência de nenhum tipo de “bullying” contra as minorias, Ruth Almeida prestou as declarações abaixo.















DECLARAÇÃO PARA FINS LEGAIS


Eu, Ruth Almeida, brasileira, casada, professora aposentada, residente e domiciliada nesta Capital, na Rua Dr. Souza Gomes nº 140, bairro: São Bernardo, CEP: 31.741-333, venho, pela presente, declarar que, em 14/05/2010, por ser aluna do curso de “hebraico bíblico” ministrado pelo Profº. Pascal Peuze, na sede das Paulinas, em Belo Horizonte/MG, compareci na sede da Congregação Israelita Mineira para participar do culto do shabat, em virtude de ter sido esta uma atividade extra classe proposta pelo aludido docente.  Declaro, ainda, que, durante boa parte do tempo que lá permaneci, fiquei na companhia de minha colega, Hierania Batista Avelino Peito, e de sua acompanhante, Maria Marta de Miranda, inclusive, sentando-me ao lado das mesmas no templo desta sinagoga, por isso, pude acompanhar de perto a pergunta, na palestra inaugural, que minha colega, Hierania Batista, dirigiu ao rabino Leonardo Alanati a respeito da possibilidade dela se inscrever no curso de cabala, o que lhe foi respondido que, provavelmente, somente em 2012, o aludido curso seria ministrado naquela sinagoga, acrescentando que o curso de “liturgia judaica” se encontrava programado para o segundo semestre de 2010, e, ainda, que, quando novamente perguntado, por minha aludida colega, da possibilidade dela se inscrever no mesmo, este lhe disse que pensava ser o curso de “liturgia judaica” pouco interessante para a mesma, mas que todos os cursos daquela sinagoga eram franquiados a todos os interessados de qualquer credo.  Declaro, ao final, que nenhum incidente que envolvesse os alunos do Profº. Pascal Peuze fora registrado naquela data.

Isto posto, firmo a presente declaração, em duas vias de igual teor e forma, por ser a expressão da mais pura verdade.



Belo Horizonte, 16 de dezembro de 2010



RUTH ALMEIDA
RG:
CPF/MF:



Hierania Batista Avelino Peito é vítima de “bullying” na sinagoga.  O rabino Leonardo Alanati diz que as pessoas cegas são como o “whisky do Paraguai”.









Esta minha filha sempre admirou muito o povo judeu por sua inteligência, sagacidade, persistência e fé em Deus.  Ela nunca gostou de injustiças.  Ela abomina o holocausto.

E, por coincidência, Hierania sempre teve muitos amigos judeus com quem sempre gostou de conversar horas e horas.

Quando conheceu o professor Pascal Peuze nas Edições Paulinas, aqui, em Belo Horizonte/MG, no início de 2006, resolveu estudar o “hebraico bíblico” e, depois, a “escuta da tradição de Israel”, sob a sua orientação.

Gostou muitíssimo do curso e resolveu aprofundar os seus estudos filosóficos e teológicos, sob o ponto de vista da doutrina judaica.

Por confiar na pessoa desse seu professor, aceitou o seu convite para fazer uma visita à Congregação Israelita Mineira, em 14 de maio de 2010.

Hierania ficou bastante empolgada, pois iria finalmente conhecer a cerimônia do início do “shabat”.

Nunca pensou que seria bítima de “bullying” na sinagoga.

No entanto, foi vítima de horrendas humilhações por parte do povo judeu que compõe esta comunidade, em 10 de agosto de 2010, ao participar de sua primeira aula a respeito da “liturgia judaica”.

Depois disso, Hierania entrou em depressão profunda, em razão do estado de choque em que ficou, após ouvir as agressões e violências à sua honra e dignidade de ser humano nesta reunião para estudos na sinagoga.

Somente neste ano, conseguiu retornar a uma sala de aula para retomar os seus estudos de línguas.

Atualmente, estuda francês, hebraico, grego e italiano.

Pergunta-se:

_O rabino Leonardo Alanati deu esse tratamento desrespeitoso e vil a minha filha, por quê foi esta a orientação que recebeu na escola de formação do rabinato?

_O rabinato compartilha do pensamento manifestado pelo rabino Leonardo Alanati sobre as pessoas com deficiência da visão?

_O que o rabinato diz a respeito da posição do rabino Leonardo Alanati em relação as pessoas com deficiência da visão ou cegas?

_O que a comunidade mineira pensa sobre os atos vis do seu rabino contra a honra e a dignidade de ser  humano de minha filha?

_E as demais comunidades, o que dizem?

Os relatos de Hierania mostram o que aconteceu naquela data na Congregação Israelita Mineira.

Senhor Leitor, leia-o e tire suas próprias conclusões.















Belo Horizonte, 10 de agosto de 2010

CURSO DE LITURGIA JUDAICA
DOCENTE:rabino Leonardo Alanati
DISCENTE: Hierania batista Avelino Peito
ENDEREÇO: Rua Rio Grande do Norte nº 477, Funcionários,
CEP: 30.130-130 - Belo Horizonte/MG.
Tel: (31) 3224-2129.


Introdução

O rabino Leonardo Alanati iniciou este curso, na data de hoje, apresentando-nos a bibliografia básica que será utilizada no mesmo.  Em suma, a obra adotada será a escrita por um cristão católico, intitulada: “Liturgia judaica”, editado pela Editora paulinas.

Ele nos disse que, atualmente, os templos judeus já se utilizam de incenso perfumado, a fim de que os judeus que jejuam tenham mais força para suportá-lo.

Liturgia judaica

No início, as orações judaicas eram realizadas em qualquer lugar, isto é, na rua, em casa, nos campos, etc...

Depois, adotou-se o costume de se rezar somente ajoelhado.  Mas este costume foi abandonado, ao longo dos tempos, para se diferenciar um fiel judeu de um cristão, permanecendo assim até os dias atuais.

São exemplos destas primeiras orações:
A) Êxodo 12, 13 – que fala da oração de Mirian, irmã de Moisés, pedindo a Deus uma graça;
B) Êxodo 18, 10 – a oração de Jetro, sogro de Moisés, a Deus;
c) Deuteronômio 26, 5 em diante – que fala sobre as festas judaicas;
d) I Samuel 4 – que revela a oração de Hannah a Deus, pedindo um filho para dar continuidade a sua descendência; e
Daniel 10 – onde Daniel rezava sozinho a Deus em sua casa particular fora de Jerusalém, mas voltado para ela.

O livro dos Salmos é um belo livro de orações para os judeus.

Para os israelitas, há três formas de dízimo.

Há várias passagens bíblicas que indicam que uma comunidade é formada por dez membros para os israelitas.  Assim, certas orações só podem ser feitas na presença de dez israelitas no shabat e nas festas sagradas.  Exemplo; Deus disse que se houvessem dez pessoas justas em Sodoma ou Gomorra, estas cidades não seriam destruídas.  E, como só haviam seis pessoas justas, isto é, Ló, sua mulher, duas filhas e dois genros, estas cidades foram destruídas por completo.

Na Idade Média chegou a haver 349 sinagogas em Jerusalém.  Estas eram sinagogas pequenas, onde cabiam, no máximo, vinte pessoas.  O rabino disse ainda a seus alunos, que sua sinagoga seria considerada uma sinagoga bastante grande naqueles tempos.

Sinagoga é uma palavra grega para denominar o templo judeu, o qual sempre se divide em três partes:
a)         Casa da Assembléia;
b)         Casa de Oração; e
c)         Casa de Estudos.

É na Casa de Estudos que se realiza o midrash ou o drash, que é a busca pela sabedoria.

Para Deus, o templo é primeiro uma questão temporal, para depois, ser uma questão espacial.

As orações sagradas para os judeus são aquelas que são realizadas nos dias santos judaicos, quais sejam:

a)                  shabat;
b)                  festas santas judaicas; e
c)                   orações individuais dos judeus.

Segundo as orientações sagradas históricas e que estão contidas no Sidur, os Salmos que são rezados diariamente pelos judeus são:
a)         domingo: Salmo 24;
b)        segunda-feira: Salmo 48;
c)         terça-feira: Salmo 82;
d)        quarta-feira: Salmo 94;
e)         quinta-feira: Salmo 81;
f)         sexta-feira: Salmo 93; e
g)        Sábado: Salmo 92.

O rabino Alanati disse-nos que há uma corrente judaica que diz que os judeus devem fazer, no mínimo, três orações diárias.

Porém, particularmente, vale registrar que o próprio Sidur traz que há uma outra corrente, que admite que os judeus façam apenas uma oração diária, a qual tem o mesmo valor para Deus.

Segundo o livro de Gênesis, o shabat é o dia santo para os judeus.  Neste dia, não se deve trabalhar, exceto se for para salvar sua própria vida e a dos que ama.  É permitido salvar também a vida de seus animais.

Particularmente, quero, aqui, esclarecer, que, somente para os cristãos, o dia santo é o domingo, porque foi no domingo que Jesus Cristo ressuscitou.  Este é o símbolo que Deus deu aos homens de sua Nova Aliança com a humanidade.  Esta Nova Aliança possui muito mais luz do que a Antiga.

Também, esclareço que, somente para os cristãos, o sábado é o símbolo da Antiga Aliança de Deus com os homens.  Ela também possui a luz de Deus, mas, conforme nos ensina São Paulo em suas Cartas, a partir da vinda de Cristo, sua luz se tornou muito menor do que a da Nova Aliança que Deus nos deu através da morte e ressurreição de Jesus Cristo, seu filho amado.

vale aqui também dizer, que os Santos Evangelhos nos ensina, que Jesus Cristo veio ao mundo para trazer para perto de si, todos aqueles que sofriam e sofriam muitíssimo, pois, como eram vítimas de ferrenho preconceito, viviam marginalizados nas sinagogas e nas cidades.  Estes eram, por exemplo, os cegos, os coxos, os alejados, os surdos-mudos, os cobradores de impostos, os escravos, dentre outros seres humanos.

Nesta aula, tive uma presença bastante participativa, fazendo intervenções e questionamentos diversos ao rabino.  Primeiramente, perguntei-lhe se era uma oração o texto de Deuteronômio 27 e 28, o que foi me respondido que não era uma oração, mas sim uma lei para os judeus.  Foi me explicado que só pode ser considerada uma oração, os textos que são constantemente ou ciclicamente repetidos pela comunidade judaica.  O rabino citou o exemplo dos textos que são repetidos no shabat e nas festas judaicas.

Depois, questionei-lhe se a questão temporal e espacial do templo de Deus se aplicava também a manifestação de que Deus fizera a Davi, quando lhe disse que ele não iria construir o seu templo, mas sim seu filho, Salomão, quando se tornasse rei do povo judeu.  O rabino disse a todos que era verdade o que eu falava e, que, de certa maneira, também se aplicava.  Mas explicou-me, detalhadamente, que o templo era uma questão temporal, por já em Êxodo, Deus já havia mandado os israelitas construírem um templo para o adorarem, dando a eles todas as dimensões e formas de que eles deveriam ser construídos.

Por fim, abordei a questão de como os israelitas hoje vêem a pessoa com deficiência.  E, para minha total perplexidade, foi me respondido literalmente que ainda é vista como se vê um leproso, ou seja, como uma pessoa impura, cheia de pecados e que transmite doenças para as pessoas sadias.  Que se assemelhavam a um “computador velho que não funciona direito”; ou, a um “whisky do Paraguai que dava uma tremenda enxaqueca”; ou ainda, a um “pão velho e amanhecido”.

Os alunos, aos gritos eufóricos, lembraram-lhe que era como uma “galinha que põe uma dúzia de ovos de uma vez só; ou ainda, um “bezerro defeituoso que só serve para ser queimado no fogo”, o que recebeu total aquiessência do rabino.  Este, ainda, acrescentou que, nos antigos tempos bíblicos, esta queima do bezerro defeitoso era conhecida como o holocausto, repetindo, por várias vezes, que este era o verdadeiro holocausto.

E, em meio àquele delírio de todos, o rabino Leonardo Alanati ainda acrescentou:

“_Se você gosta do seu médico e quer muito agradá-lo, você não vai dar para ele um bezerro defeituoso como presente!  Hem?!...  Hem?!....  Vai?  Não, não vai.  Eu lhes asseguro com toda certeza que você não vai fazer isso, porque você sabe que o seu médico não vai ficar contente com você em receber, como presente, um bezerro defeituoso ou um “whisky do Paraguai” ou um “computador velho e que não funciona.  E, se ele não vai ficar contente com você, você sabe que ele não vai te tratar bem.  Então, você sabe que ninguém, em sã consciência e que gosta do seu médico, vai fazer isso não.  Nunca, jamais.”.

Uma senhora judia, demonstrando claramente encontrar se divertindo e festejando muito àquele martírio que me foi ali imposto, também aos risos e gritos de euforia, disse ao rabino Leonardo Alanati se ele aceitava um bolo e uma garrafa de vinho que ela iria trazer de sua casa para ele.  Ela disse isso por várias vezes, enquanto o rabino me insultava, e, em todas elas, este rabino, também em meio à risos de insensíveis escárnios e escancaradas ofensas, repetia-lhe que aceitaria sim e com muito prazer.

O rabino Alanati e sua comunidade foram unânimes em dizer que a pessoa com deficiência não pode ter nenhum destaque na vida social da comunidade, porque ela causa uma aversão muito grande, um horror imenso nas pessoas.  Disseram também, em meio a deboches, que ela causaria um terror tão grande que seria como se os judeus estivessem vendo um homem com a tatuagem de uma caveira no corpo fazer as orações ali no altar de Deus.  E acrescentaram que isso causaria uma comoção tão grande que ninguém se concentraria mais para fazer as orações a Deus, pois iriam ficar apenas prestando atenção no defeito da pessoa e isso as aterrorizariam muitíssimo.

Aí, como o ambiente ficou bastante tenso, muito carregado, dois outros alunos, em meio as eufóricas gritarias, pediram a palavra e deram suas contribuições pessoais.

Primeiramente, um senhor judeu da comunidade, parecendo se encontrar bastante indignado com aquele voluntário e espontâneo martírio imposto ali a minha pessoa, de maneira bastante exaltada, lembrou que a pessoa com deficiência não fazia o serviço religioso do templo naquela época, porque o serviço do templo era uma tarefa muito árdua para uma pessoa com deficiência realizar, porque isso exigia muita força física para carregar um boi, limpar o templo e acender o fogo, dentre outras muitas tarefas que lá eram realizadas diariamente, acrescentando que esta não era uma tarefa poética como hoje se imagina, o que concordo inteiramente com esta posição, pois já havia chegada a ela, quando dos meus estudos bíblicos autodidatas.

Já, em seguida, foi apresentada uma outra visão bastante oposta a acima descrita.  Uma outra senhora, que se identificou como cristã e que lá se encontrava, também claramente demonstrando está bem eufórica com aquele massacre moral de caráter de tortura  a minha pessoa que estava sendo ali desenrolado, lembrou que muito pior do que a questão física, é a questão moral das pessoas com deficiência.  Para ela, os deficientes físicos, a quem chamou de moralmente impuros, até podem participar dos cultos no templo, mas não podem ter nenhum destaque nele ou na comunidade.

Posição esta inteiramente abominável, por ser impregnada por postulados preconceituosos, eugênicos e nazi-fascistas ou excludentes socialmente dos seres humanos.

Há aqui de se recordar que Adolph Hitler e seus fanáticos seguidores pregavam mundialmente que os alemães eram a raça pura no mundo, a verdadeira raça ariana e, por isso, os judeus, considerados como raça impura, devia ser eliminados, como aliás, eliminaram seis milhões de seres humanos considerados impuros.

Esclarecemos ainda que a eugenia foi praticada na Alemanha, em larga escala, por Adolph Hitler e seus médicos assassinos, durante a II Guerra Mundial (1939-45), pois, segundo seus postulados e pressupostos, visa aperfeiçoar a raça, física e oralmente, por meio da seleção das características dos indivíduos.

Esse martírio por que passei, deixou-me primeiramente perplexa e posteriormente atorduada, humilhada e arrasada, perante toda aquela comunidade.  Pareceu-me que o chão havia sumido bem ali debaixo dos meus pés. 

Após o término dessas gratuitas ações de explícito escárnio e preconceito contra a minha pessoa, como me encontrava em estado de choque, não consegui prestar mais atenção em nada do que fora ali explanado sobre a liturgia judaica pelo aludido rabino, pois a aula continuou normalmente para os demais alunos, como se nada de grave tivesse ali ocorrido.

Maria Marta de Miranda e eu ficamos aterrorizadas e apenas esperando o término daquela aula para podermos nos retirar dali.

Antes porém, vale dizer, que, no calor daquela tortura psicológica, mesmo frente àquelas explícitas ações de convicto preconceito, ainda insisti em questioná-lo o porquê Deus escolhe uma pessoa e não outra para nascer com algum tipo de deficiência física, sensorial ou mental.

O rabino Alanati, em meio a muitos risos e escancarados escárnios insensíveis, então, disse-me que era uma questão muito complexa para ser respondida em apenas cinco rápidos minutos de conversa.  Porém, disse-me que iria estudar o assunto para posteriormente me dar uma resposta consistente e também para me repassar alguns textos para estudo, adiantando-me que, para o judaísmo, não existe criança impura.  Enfim, todas as crianças nascem puras.  Disse-me, ainda, que há dois textos judaicos muito interessantes que se intitulam: “Porque um justo sofre” e “O porquê coisas ruins acontecem para pessoas boas”.

Nesse ínterim, porém, o rabino Leonardo Alanati, passou a recitar uma oração judaica, presente na página 75 do Sidur, que pedia que os caluniadores sejam esmagados por Deus.  Ele também esconjurou São João Apóstolo e Jesus Cristo, negando a natureza divina de Cristo.

Quando lhe perguntei sobre como as Cartas de São Paulo eram vistas pelos judeus, o Rabino Leonardo Alanati fingiu não ouvir esta minha última pergunta e voltou a recitar os versos de uma oração judaica que pede que todos os planos dos caluniadores sejam frustrados.
Esclareço, aqui, que são Paulo, dentre outras coisas maravilhosas, nos diz que os judeus, por serem o povo escolhido, são tratados de forma diferente por Deus.  E, ainda, acrescenta em suas Cartas que é preciso que o povo judeu se perca, para que os não-judeus sejam salvos por Deus; e, quando se completar o número dos não-judeus que Deus quer salvar, os judeus voltarão a se encontrar, a fim de que todos, os judeus e os não-judeus que Deus quer salvar, sejam salvos por Deus.  Em outras palavras, é preciso que os judeus vivam, por um determinado tempo, na escuridão, para que os não-judeus sejam salvos; e, quando Deus determinar que os judeus voltem a ver a luz dele novamente, estes, sem que ninguém os ensine nada, voltarão a ver a luz de Deus.

Lembrei-lhe ainda que ele deveria ler e indicar aos membros de sua comunidade o Capítulo 58, do livro de Isaías, que explica a verdadeira função do jejum na vida dos seres humanos, bem como ler o seu Capítulo 53.  Entendi que precisava lhe dizer isso, porque o rabino havia ali pessoalmente me repetido que seria castigo de mais para um judeu, após jejuar, ter que ir ao templo e ver uma pessoa com deficiência fazer as suas orações diárias, acrescentando-me literalmente que:

“_Isso não dá.  Isso não da de jeito nenhum não.  Seria muito castigo, muito castigo mesmo...  Seria um martírio muito grande para as pessoas, principalmente para um pobre judeu, que após jejuar o dia inteiro, ainda teria que ver uma pessoa com uma mancha, uma cicatriz, bem ali em frente dos seus olhos como se fosse um homem com uma tatuagem de uma caveira no corpo, fazer ali no templo as orações para ele.  Isso não dá.  Isso não dá de jeito nenhum não.  Isso é demais para qualquer um.  Os pobres judeus, ainda mais depois de jejuar, iriam ficar horrorizados, aterrorizados com isso, com essa coisa pavorosa.  Deus não quer impor tanto sofrimento a uma pessoa assim não.”.

Ao final, vale registrar que o rabino Leonardo Alanati “muito gentilmente” concedeu-me o direito de utilizar o meu notebook, durante as próximas aulas do curso de “liturgia judaica” em sua sinagoga, fornecendo-me uma cadeira adaptada ou uma mesa para tal, pois sua secretária, de nome Rosa, ao realizar a minha matrícula no mês de julho de 2010, disse-me que, somente após a autorização expressa do rabino, ela poderia ceder-me a mesa ou a cadeira de braço para a utilização do meu computador portátil em sala de aula.