segunda-feira, 26 de agosto de 2013



A Rede Globo promove a marginalização social.  Carlos Nascimento exclui pessoas com deficiência da visão de sua reportagem








Em 1988, o “Globo Repórter” decidiu fazer uma reportagem na “E.E.P.S.G. Caetano de Campos” da Aclimação para verificar a qualidade educacional do sistema público de ensino no País.

Escalou-se o repórter Carlos Nascimento para realizar a façanha.  Este, durante uma manhã inteira, percorreu o estabelecimento de ensino, realizando entrevistas e tomadas externas com professores, servidores e alunos.

Apenas a sala de recursos e seu público foram excluídos da reportagem.

Sônia Maria Salomon _ a pedagoga responsável pelos trabalhos de educação especial desenvolvidos na sala de recursos da escola _ protestou junto a sua direção.

Dona Heloísa _ a diretora _ informou-lhe que o repórter Carlos Nascimento tinha lhe comunicado que não via necessidade de incluir matéria sobre a sala de recursos em sua reportagem por ter pouca relevância social.

A indignação foi geral entre a professora e os alunos que dependiam da sala de recursos para ali darem andamento em seus trabalhos e estudos formais.

Carlos Nascimento realizava entrevistas com todos os alunos com quem encontrava, exceto com os que tinham deficiência da visão como Hierania Batista Avelino Peito e Thiago Cocci Donaire.  Passava com o cinegrafista da emissora por eles e fingia que não os via.  Não existiam como pessoas humanas para eles.

De fato, a reportagem foi ao ar, sem sequer mensionar a existência da sala de recursos, dada a pouca ou nenhuma importância que se dava a educação especial e a integração social da pessoa com deficiência da visão na rede pública de ensino e conseqüentemente na sociedade civil.

A Rede Globo de Televisão, dessa forma, estampou o seu grande preconceito e discriminação social em relação as pessoas com deficiência da visão.

A violência educacional ou o “bullying” contra as pessoas com deficiência da visão é a conseqüência direta desta postura jornalística junto a sociedade por promover a sua explícita marginalização social.

É graças ao trabalho profissional e o apoio social daqueles que acreditam no potencial intelectual e no potencial humano das pessoas com deficiência da visão e no desenvolvimento de suas habilidades pessoais por meio das técnicas de educação especial, que esta realidade vem gradativamente se modificando em nossa sociedade civil.

Apesar de todas as dificuldades educacionais e sociais que têm que enfrentar para defender a sua sobrevivência com dignidade, as pessoas com deficiência da visão têm conseguido melhorar a sua qualidade de vida a medida em que consegue espaço no mercado de trabalho e conseqüentemente condições para a constituição de sua família.

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