A saúde de Hierania Batista Avelino Peito. A existência da deficiência visual e da Síndrome de Mayer-Rokitansky-Kuster-hauser marcam a sua vida - Parte I.
Hierania tem uma saúde de ferro. Mas nasceu com uma deficiência em sua visão sensorial e em seu aparelho reprodutor feminino.
É inegável que estas limitações orgânicas fazem com que minha filha seja uma mulher diferente das outras.
Durante a sua gestação, tive contacto por duas vezes com o vírus da rubéola.
Na primeira vez, deu-se após comer um peixe, quando, ainda, morávamos em Governador Valadares /MG.
Em setembro de 1969, o meu marido, Secundo Avelino Peito, foi promovido para a comarca de Belo Horizonte/MG. Após a posse em seu novo cargo, assumiu a titularidade da 1ª Vara Cível desta comarca, no Forum Lafayette e, conseqüentemente, foi também o seu diretor, porque, naquele tempo, estas funções eram cumulativas e obrigatórias.
Por este motivo, passei a cuidar de nossa mudança do interior mineiro para a Capital do Estado. Fui conhecer a nossa casa na Rua Arari 80, no bairro do Bonfim, com fins de providenciá-la.
Quando lá cheguei, a porta da sala da casa estava semi-aberta. Existia apenas uma bonita criancinha chorando dentro de um berço. Aproximei-me dela. Era Mariza Peito Schoenencorb, filha de Luiz Schoenencorb e Rachel Maria Peito Schoenencorb. Esta era a terceira filha de meu marido.
Tão logo a peguei no colo, Rachel e suas irmãs, Stael Lúcia Peito Mello e Ethel Beatriz Peito Alves, surgiram na sala de repente e,, aos gritos, disseram-me para soltá-la, porque estava infectada com o vírus da rubéola. Em uníssono, disseram-me que minha filha iria nascer cega.
E, de fato, Hierania teve catarata congênita, proveniente de rubéola, que, na época, chamava-se de: “sarampo alemão”.
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