quinta-feira, 13 de junho de 2013



A campanha presidencial de 1.994

Apenas voltamos a encontrar o deputado, Aloizio Mercadante, tempos mais tarde.

Eu e minhas filhas, Hierania e Bruna Micheliny, por força das circunstâncias _ como já fora explanado no artigo: “Nos estúdios da TV Gazeta” _ tínhamos sido obrigadas a transferir o nosso domicílio de São Paulo/SP para Belo Horizonte/MG.  Encontrávamos residindo na Rua Arari nº 80, fundos, no bairro do Bonfim, em Belo Horizonte/MG.

Aqui, tivemos vários encontros políticos, pois estávamos participando da canpanha política presidencial de 1.994.

Os membros do PT encontravam-se empenhadíssimos para eleger Luiz Inácio Lula da Silva e Aloizio Mercadante, respectivamente, Presidente e Vice-Presidente da República.

Hierania e eu, estávamos trabalhando com D. Helena Greco, na Coordenadoria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura do Município de Belo Horizonte/MG.  Prestávamos serviços de assessoria de Imprensa e consultoria política como voluntárias não-remuneradas.

Tínhamos a necessidade de realizarmos estes trabalhos políticos em troca do apoio político do PT para voltarmos a perceber as nossas respectivas pensões de viúva e de filha de meu marido, Secundo Avelino Peito, pela folha de pagamento do TJMG.

Tínhamos muitas esperanças de que as coisas se resolveriam para nós, ainda, naquele ano.

Conhecemos D. Helena Greco, em 8 de março de 1.994, em pleno movimento de luta pelo direito das mulheres, que acontecia na Praça Sete de Belo Horizonte/MG.

D. Helena Greco tinha nos sido recomendada pela jornalista Junia, enquanto visitávamos as dependências do Memorial da Magistratura Mineira, que ficava no andar térreo do Palácio da Justiça, na Av. Afonso Pena nº 1420, na Capital do Estado.

Naquela época, o Memorial do TJMG era dirigido pelo desembargador: Antônio Pedro Braga, um dos mais ilustres desembargadores deste órgão judicante brasileiro.

d. Helena Greco, desde quando nos conheceu, sempre foi uma pessoa muito honesta para conosco.  Nunca traiu as nossas respectivas confianças pessoais.  Sempre procurou nos ajudar.  Chegou, até mesmo, a brigar com os seus companheiros do Partido dos Trabalhadores _ partido político que ajudara a fundar _, com sua filha e assessora particular, Heloísa Amélia Greco, e, com os demais membros de sua assessoria na Coordenadoria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura do Município de Belo Horizonte/MG, porque estes não queriam defender as nossas respectivas causas, política e juridicamente.

d. Helena Greco fez questão de nos apresentar aos parentes dos mortos e desaparecidos políticos que compunham o movimento “Tortura Nunca Mais”, dirigido por sua própria filha, Heloísa Amélia Greco, e pelas viúvas de militantes políticos desaparecidos no período do regime militar de 1.964, Cecília Coimbra e Susana Lisboa.

D. Helena Greco queria que estes seus companheiros de luta, como ela os assim chamava, apoiasse-nos maciçamente em nossa luta pessoal em prol do reconhecimento da violação de meus direitos civis e políticos de viúva e os também de minhas filhas, Hierania e Bruna Micheliny, visto que estavam sendo enormemente prejudicadas em seus estudos e vida social porque, a partir de 09/06/1.991, Hierania, como acima dito, já se encontrava com sua pensão por morte de natureza especial suspensa a mando do presidente do TJMG, desembargador José Fernandes Filho.

D. Helena Greco disse-nos, literalmente, que o grupo Tortura Nunca Mais foi unânime em não querer nos ajudar.  E, de fato, nunca nos ajudaram em nossa luta pelo reconhecimento de nossos direitos civis e políticos no País.

Pessoalmente, disseram-nos que já tinham sofrido muito com a morte e o desaparecimento de seus entes queridos, no período da ditadura militar de 1.964-85, e que, por isto, não tinham condições pessoais, políticas e sociais para nos ajudar.  Apenas desejaram-nos boa sorte e e êxito em nossa luta pessoal.  Nada mais que isto.

Heloísa Amélia Greco, que era conhecida por Bisoca, certa vez, chamou-nos a um canto e disse-nos que a cúpula do PT tinha se reunido e decidido que não iria nos apoiar mais politicamente, porque a prioridade do partido era eleger o Lula Presidente da República.  E, por este motivo, não podiam brigar com o “lado mais forte”, que disse-nos que era o dos desembargadores do TJMG.  Disse-nos que chegar ao poder era mais importante do que tudo para eles.

Heloísa Amélia Greco disse isto Amim e a Hierania, quando chegávamos na portaria do prédio da Av. Afonso Pena nº 1500, Centro de Belo Horizonte/MG, onde, em 1.994, funcionava a Coordenadoria de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura do Município de Belo Horizonte/MG, em seu 2º andar.

Permanecemos ligadas a Coordenadoria de Direitos Humanos e Cidadania do Município de Belo Horizonte/MG, de 8 de março de 1.994 a 17 de junho de 1.996.




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