segunda-feira, 10 de junho de 2013



Nos estúdios da TV Gazeta


Como a pensão por morte que Hierania percebia pela folha de pagamento do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) encontrava-se suspensa, desde que completara 21 anos de idade, em 9 de junho de 1.991, e as dificuldades financeiras eram imensas, as pessoas com quem nos relacionávamos, de um modo geral, aconselhavam-me a procurar um político com quem eu tivesse mais simpatia, de preferência do Partido dos Trabalhadores (PT).  Tinham muita esperança que estes políticos iriam mudar o País para a melhor.

Assim, Hierania e eu procuramos o deputado federal, Aloíizio Mercadante Oliva, em 10 de maio de 1.993, na sede da TV Gazeta, em São Paulo/SP.

Os seguranças mandaram que fôssemos aguardá-lo na garagem.

E, de fato, lá ficamos até o final do programa: “Gazeta Meio-Dia”, apresentado  pela jornalista Maria Lydia Flandoli.

Assim que o elevador abriu as portas, avistei o deputado federal, Aloizio Mercadante, acompanhado de seus colegas de programa: Ruth Rocha, Alberto Goldman e Carlos Brightman.

Aproximamos dele e perguntei-lhe se ele poderia me dar uns minutos de sua atenção, porque eu precisava expor-lhe um assunto muito sério.  Disse-lhe que se tratava de corrupção no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG).

Aloizio Mercadante, elegantemente, prontificou-se a ouvir os relatos que Hierania e eu lhe fazíamos, enquanto caminhávamos até o calçadão da Av. Paulista.

Quando lá chegamos, tinham também chegado ao fim os nossos relatos.

O deputado, então, entregou-nos um cartão e disse-nos que fôssemos até o seu escritório político no Vale do Anhangabaú para tomarmos as providências imediatamente, porque aquela corrupção tinha que chegar ao fim no TJMG.  E finalizou, dizendo:

“”_A pensão é sua, Maria da Face.  E dela, também.  Ninguém pode tirar isto de vocês.  Procura o Silas, o meu secretário particular lá no escritório, que ele vai dizer pra vocês o que vocês têm que fazer para receber as suas pensões.  Eu vou almoçar agora.  Depois vou imediatamente fazer os contatos políticos para resolver tudo para vocês.”.

Dias depois, procuramos o Silas pessoalmente e este pediu para termos um pouco mais de paciência, que o deputado estava tentando resolver os nossos problemas.

Silas fez questão de frisar que o deputado, realmente, estava muito empenhado para resolver os nossos problemas políticos e jurídicos para mandar pagar as nossas pensões de viúva e de filha.

Porém, o tempo se passava e nada se resolvia.  Os problemas financeiros se avolumavam, sem que tivéssemos condições materiais para resolvê-los.

Tinha um mandado de despejo para ser cumprido contra as nossas pessoas do quitinete que morávamos.  Este se situava na Rua Major Diogo nº 115, apto: 408, no bairro da Bela Vista, em São Paulo/SP.

Este apenas não era cumprido pela oficial de Justiça paulistana, Antônia, porque tínhamos reformado o banheiro do apartamento e a proprietária aceitou que nós permanecêssemos morando lá até que fosse paga a dívida que possuía para conosco.

Quando, finalmente, reencontramos o deputado, Aloizio Mercadante Oliva, ele estava realmente muito chateado.  Disse-nos que, de fato, queria muito nos ajudar, porque, desde o início, percebeu que nós estávamos falando a verdade e que éramos pessoas muito honestas mesmo.  Mas, que, infelizmente, não podia fazer nada para nos ajudar, porque ele era um homem de partido e o advogado do partido não quis nos ajudar, apesar de ter ele implorado para que assim fizesse.  Disse-nos que o advogado do partido era o também deputado, Luiz Eduardo Greenhaulgh.

Isto foi muito decepcionante para nós e para todos os nossos amigos e vizinhos que nos ajudavam diretamente.  Foi um verdadeiro “balde de água” em nossas esperanças.  Foi muito lamentável não contar com o apoio político do deputado federal, Aloizio Mercadante Oliva.  Sofremos muito, naquela época.  Encontrávamos novamente sem nenhum apoio político, jurídico, religioso, social ou pessoal.  Tínhamos que procurar um outro jeito para viver e continuar lutando pelo respeito aos nossos direitos humanos que estavam enormemente violados pelos desembargadores do TJMG. 

Vale dizer, que a nossa condição financeira estava muito fragilizada.  Estávamos vivendo em condições muito precárias de vida e passando por uma forte humilhação social como pode se constatar pelos relatos aqui apresentados neste espaço virtual.

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